História

Uma longa história precede um nascimento. Assim também foi com o Sistemas Humanos, que nasceu no ano 2.000 com uma força de vida maravilhosa e dois domicílios: São Paulo e Sorocaba. Começamos com força total, três turmas em São Paulo e duas em Sorocaba com um grupo formado por pessoas que tinham uma história de afetos e idéias compartilhadas, amigos e colegas de longa data e alguns haviam inclusive feito formação em terapia familiar com Sandra Fedullo Colombo e Janice Rechulski, quando eram formadoras no Instituto de Terapia Familiar de São Paulo. 

Sandra e Janice compartilhavam muitos sonhos e horas de conversas.

Uma tarde passeando pela praia de Juqueí surgiu o nome do novo instituto que estava para nascer, Sistemas Humanos, o logotipo de uma espiral azul que inspirasse relações flexíveis e abertas para o infinito.

Para concretizar esse nascimento convidaram Adriana Fráguas, Marcos Naime Pontes, Eliete Belfort Mattos, Denise Mendes Gomes, Suzanna Amarante Levy, Dilson Marum Gusmão, Gilda Franco Montoro.

Fomos crescendo e a equipe ampliou com o convite a Marcia Setton, Vivien Bonafer Ponzoni, Neide Abreu, Sérgio Hübner, Marcos Carvana, Elizabeth Polity, Eliane Jambas e Ana Lúcia Starling.

Mais tarde, Gilda, Elizabeth e Vivien sairam para desenvolver outros projetos particulares. Dilson se despediu de nós deixando um lindo legado, falecendo em 08/08/2014.

Muitas conexões levaram-nos a formar essa equipe, principalmente a crença compartilhada de como pensamos o processo de formar um terapeuta: uma busca profunda de sua própria humanidade, representada pelo seu contato íntimo com a vulnerabilidade e a dor, desenvolvimento de um profundo respeito à existência do outro, a convicção de que são inúmeras as versões da realidade e a curiosidade e a empatia como recursos fundamentais. Essa postura, que é um jeito de olhar e construir as relações humanas, enfatiza a impossibilidade de dissociarmos o que somos do que fazemos no aqui e agora. Pensamos o encontro terapêutico como um encontro, antes de tudo, humano, de cooperação e solidariedade. A construção do espaço reflexivo que essa experiência exige depende, principalmente, da possibilidade que o terapeuta poderá desenvolver para convidar seus clientes a penetrar no “espaço sagrado” do existir consigo mesmo e com o outro.

Para citar alguns terapeutas que nos inspiram na criação de nosso modelo gostamos de lembrar de nosso grande amigo Mony Elkaïm e sua libertadora teoria das interseções e ressonâncias, Tom Andersen com sua escuta respeitosa e sua equipe reflexiva, Michael White e a externalização do problema, Harlene Anderson e seu modelo colaborativo. Gostamos de convidar profissionais que admiramos para nos enriquecer nessas trocas de experiências e idéias, assim tivemos o prazer de receber Mony Elkaïm, Marcel Rufo, Boris Cyrulnik, Maria José Esteves, Vanna Puviani, Pierre Benghozi, entre outros. 

Acreditamos que as diferenças ensinam e, por isso, organizamos o curso com dois formadores dando aula para cada turma e se revezando ao longo do curso entre as turmas, desta forma, os alunos têm contato com vários modelos de pensamento e atuação junto às famílias. 

Nossa equipe caracteriza-se por valorizar nosso “jeitos diferentes e diversos” de trabalhar, seja clinicamente, seja na formação. Acreditamos verdadeiramente que cada um tem sua caixa de ferramentas, ou mais poeticamente falando, seu artista interior que se expressará por diferentes linguagens. Por essa razão, trabalhamos com nossos alunos em pequenos grupos, de forma artesanal, convidando-os a percorrer a história de Terapia Familiar, seus diferentes pensadores, e os instrumentos utilizados por cada um, sempre dentro de um espaço de discussão e reflexão que permite desenvolver suas próprias convicções e recursos. 

Valorizamos em toda a formação nossa posição de que a pedra angular do processo é o foco na pessoa do terapeuta. Por essa razão, nossas aulas são vivenciais. Os grupos são espaços onde trabalhamos as relações emergentes a partir de nossa construção de que “quem fala, fala de si”, do si mesmo que emerge no encontro com o outro e o clima de cooperação que buscamos manter legítima a todos os envolvidos dentro de uma ética relacional horizontal de inclusão e respeito. 

Estamos completando 20 anos de vida com a mesma alegria do nascimento, e com muito mais maturidade fruto dessa caminhada.